Cafés especiais são cafés que passam por processos criteriosos  para entregar uma bebida de altíssima qualidade, com identidade, equilíbrio e complexidade.

Eles oferecem uma experiência sensorial superior, resultado de práticas sustentáveis, seleção dos frutos, controle de qualidade e avaliação profissional. Não é qualquer café que pode receber essa classificação. A denominação “especial” está no topo da cadeia de qualidade do café e segue os critérios da SCA , entidade internacional que estabelece os padrões para esta classificação. Para que um café seja considerado especial, ele deve atingir pontuação superior a 80 pontos numa escala de 0 a 100.

 Nessa avaliação, são analisados:

Aroma e fragrância: intensidade, nitidez e complexidade do perfil aromático

Doçura natural: vinda da maturação plena do fruto e do cuidado no pós-colheita;

Acidez: viva, agradável, que pode ser cítrica, málica, tartárica, entre outras, sempre equilibrada;

Corpo: textura da bebida na boca – que pode variar de leve a cremosa, sedosa ou densa;

Uniformidade e limpeza: estabilidade entre as xícaras e ausência de sabores indesejados;

Finalização: notas que permanecem no paladar com suavidade e elegância;

Balanço: harmonia entre todos os atributos, sem sobreposições ou distorções.

A pontuação determina a classificação:

80 a 84,99 pontos – Very Good: cafés limpos, equilibrados, com notas claras e agradáveis.

85 a 89,99 pontos – Excellent: cafés com complexidade aromática, estrutura e intensidade sensorial.

90 a 100 pontos – Outstanding: cafés extremamente raros, com clareza, pureza e identidade inconfundíveis.

Além dos atributos sensoriais, outros fatores são indispensáveis para que um café seja considerado especial: processo de colheita, rastreabilidade, processamento pós-colheita, entre outros.

A torra de um café especial não segue fórmulas prontas. Ela é desenvolvida a partir de testes sensoriais e medições físicas para realçar os atributos naturais do grão, respeitando seu potencial e sua origem. Cada lote pede uma curva específica — seja para extrair mais acidez, mais doçura ou ressaltar notas aromáticas delicadas.

E COMO SE DIFERENCIAM OS OUTROS TIPOS DE CAFÉ?

A maior parte dos café encontrados no mercado, está abaixo do padrão especial. São os cafés:

Tradicional: feito com grãos não uniformes, e com uma qualidade inferior. A torra costuma ser mais escura, visando padronizar o sabor ou esconder imperfeições. O resultado é uma bebida com mais amargor, baixa acidez e pouca clareza sensorial.

Café Gourmet: utiliza grãos com menor índice de defeitos, oferecendo um perfil mais limpo do que o tradicional. Contudo, não passa por análise sensorial formal, nem possui rastreabilidade. É um café intermediário.

Café Superior ou Premium: apresenta uniformidade visual, baixa incidência de defeitos e torra mais cuidadosa. Pode ter bom corpo e sabor equilibrado, mas ainda não atinge o nível técnico e sensorial exigido para ser considerado especial.